sábado, 31 de outubro de 2015

Influência da temperatura na pressão arterial em repouso

     O sistema cardiovascular é composto por três principais componentes: sangue, coração e os vasos sanguíneos. O coração é responsável por bombear o sangue com o auxilio dos vasos que o distribuem para todo o corpo, e a pressão arterial para ser determinada depende do funcionamento dos mesmos. 
     E o que vem a ser pressão arterial?
Pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue contra a parede dos vasos,e se divide em duas partes: pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD).
 A PAS é a pressão máxima do ciclo cardíaco, acontecendo durante a sístole ventricular, e a PAD é a pressão mínima do ciclo cardíaco sendo a pressão no fim da diástole ventricular.
     “Pressão Arterial Sistólica. Em repouso, nos indivíduos normotensos, a pressão mais alta gerada pelo coração é, em media, de 120 mm Hg durante a contração ventricular esquerda (sístole).
Pressão Arterial Diastólica. Durante a fase de relaxamento do ciclo cardíaco (diástole), a pressão arterial cai tipicamente para 70 ou 80 mm Hg.” (Mcardle,5°ed).
     O mal funcionamento dessa pressão gera patologias, algumas irreversíveis, como hipertensão arterial, e diabetes.
     “Durante XXIII Congresso Brasileiro de Hipertensão, organizado pela Sociedade Brasileira de Hipertensão – SBH, a preocupação com o crescimento da hipertensão arterial é uma realidade no mundo. Segundo o estudo de 2015 Heart Disease and Stroke Statistics (Estatísticas sobre doenças cardíacas e infartos), da American Heart Association, durante a última década pesquisada, de 2001 a 2011, a taxa de morte por hipertensão, em mais de 190 países pesquisados, aumentou 13,2%.” (Sociedade Brasileira de Hipertensão,22/04/15)
     A hipertensão arterial é uma doença que não tem cura, ocasionada pelo aumento dos níveis de pressão sanguínea nos vasos arteriais, fazendo com que o coração tenha que trabalhar mais do que o normal para que o sangue circule por esses vasos. Pode ser adquirida por uma má alimentação, e fatores hereditários, tornando-se um dos principais fatores de risco para a ocorrência do acidente vascular cerebral (AVC), enfarte agudo no miocárdio, aneurisma arterial, entre outras patologias.
     “A hipertensão arterial é uma condição que pode provocar danos e até mesmo a morte quando não diagnosticada e controlada”, comenta o presidente da SBH e do XXIII Congresso, Dr. Mario Fritsch Neves. 77% das pessoas com o primeiro episódio de AVC são hipertensas e ter a pressão alta aumenta de 4 a 6 vezes o risco de AVC. 75% das pessoas com ICC – insuficiência cardíaca congestiva tem hipertensão arterial, 69% das pessoas com primeiro IAM – infarto agudo do miocárdio tem pressão alta e a segunda principal causa de doença renal crônica é a hipertensão. Além de problemas como a disfunção erétil, demência e perda da visão.
Responsável por 9,4 milhões de milhões de mortes no mundo, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde, a hipertensão arterial atinge 30% da população adulta brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil, de acordo com estimativas da SBH.” (Sociedade Brasileira de Hipertensão,22/04/15)
     “Uma pessoa com o “coração frio” corre grandes riscos, não só de não encontrar a felicidade, como descrevem os grandes clássicos da literatura, mas sim de sofrer um infarto. No inverno, os índices dessa doença aumentam em 30%, principalmente quando a temperatura está abaixo dos 14 graus. As informações são do Instituto Nacional de Cardiologia (INC).” (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 02/07/2008)
     A baixa temperatura faz com que os receptores nervosos da pele estimulem a liberação de catecolaminas( adrenalina e noradrenalina) e aumentando a pressão sanguinea, podendo ocasionar a ruptura das placas de gordura no interior dos vasos. Por isso, pessoas que convivem com fatores de risco devem evitar sofrer variações de temperatura, pois o choque térmico pode provocar além do infarto, arritmia e até acidente vascular cerebral (AVC).
     Um estudo realizado com jovens teve o objetivo de pesquisar o comportamento da pressão arterial em repouso em diferentes temperaturas na água.
     “O teste t de Student pareado foi utilizado para comparar os valores obtidos para a FC, PAD e PAS ao final da imersão, ou seja, após 30 minutos com os valores pré-imersão, em repouso. A FC teve um comportamento decrescente para as temperaturas de 29°C e 33°C e crescente na imersão em 37ºC. Quanto a PAS e PAD observou-se um comportamento decrescente em todas as temperaturas estudadas. Conclui-se que houve uma influência da imersão nos sistema cardiovascular durante a imersão em repouso.(AU)” (Fisioter.Bras;7(4):260-267, jul.-ago. 2006).
     A ação do calor superficial dilata os capilares sanguíneos e aumenta o fluxo de sangue, ocasionando uma melhor circulação e diminuindo a pressão nas paredes arteriais.

     REFERÊNCIAS:
www.sbh.org.br
www.scielo.org
Fisiologia do exercício - Mcardle 5° ed. 



   


5 comentários:

  1. A manutenção da temperatura do nosso corpo dentro dos parâmetros fisiológicos requer a participação do hipotálamo, que pode operar pelos centros cardiovasculares, para, separadamente, controlar a atividade simpática dos vasos cutâneos e, então, o fluxo sanguíneo da pele.
    Os vasos cutâneos são influenciados por reflexos envolvendo tanto a regulação da pressão arterial quanto a regulação da temperatura. Quando as respostas cardiovasculares cutâneas para regulação da temperatura e regulação da pressão arterial são contraditória,como, por exemplo, durante um exercício de resistência em um ambiente quente , a influência da regulação da temperatura nos vasos sanguíneos cutâneos geralmente prevalece.
    As altas temperaturas podem provocar a queda da pressão arterial, decorrente da dilatação dos vasos sanguíneos causadas pelo calor. Os sintomas mais comuns são sonolência, mal-estar, tonturas e até desmaios.
    Segundo o neurologista Cleverson Garciao o mal-estar pode ser evitado, mantendo-se o corpo sempre hidratado, evitando a exposição ao sol por muito tempo, assim como lugares abafados. Também contribuem uma alimentação saudável com frutas e verduras e a prática de exercícios físicos em ambientes ventilados.

    Referências:
    Fisiologia cadiovascular – Lance
    Por David E. Mohrman, Lois Jane Haller
    http://www.doutorcoracao.com.br/noticias/altas-temperaturas-podem-provocar-quedas-na-pressao-arterial-1776.html
    http://www.parana-online.com.br/canal/vida-e-saude/news/498967/?noticia=TEMPERATURA+ELEVADA+AUMENTA+CASOS+DE+PRESSAO+BAIXA

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  2. Quando há aumento no volume de sangue a ser ejetado, por exemplo quando os rins não funcionam normalmente, quando o coração bate mais vezes por minuto para ejetar um determinado volume de sangue, quando o coração contrai de modo insuficiente, ou quando a resistência oferecida pelas artérias para a passagem do sangue estiver aumentada, ocorre aumento da pressão arterial.
    As artérias de maior calibre também podem perder sua flexibilidade normal e tornarem-se rígidas, não conseguindo expandir para permitir a passagem do sangue bombeado pelo coração. Deste modo, percebe-se que o sangue ejetado em cada batimento cardíaco é forçado através de um espaço menor que o normal e a pressão arterial aumenta.
    É interessante ressaltar que a pressão arterial é medida em milímetro de mercúrio, com esta medida, são determinadas dois tipos de pressões:
    Temos uma pressão máxima, quando o coração se contrai. (sistólica)
    Temos uma pressão mínima, quando o coração se dilata. (diastólica)
    Não há informações precisas sobre a causa da hipertensão arterial, mas sabe-se que muitos fatores externos e internos podem ser responsáveis: hereditariedade, idade, peso, falta de exercício, sal em excesso, álcool, má alimentação, estresse.
    Para ser diagnosticada a pressão arterial deve ser aferida com o paciente sentado em um repouso de 5 minutos. De acordo com as medidas aferidas, valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg são altos. No entanto, muitas vezes são necessárias várias leituras para estabelecer o diagnóstico, quando a leitura inicial apresentar um valor alto, deve-se então, medi-la novamente, em seguida, mais duas vezes e, em pelo menos mais dois outros dias, para assegurar o diagnóstico de hipertensão arterial. As leituras não apenas revelam a presença da hipertensão arterial, mas também auxiliam na classificação de sua gravidade.
    A hipertensão arterial essencial não tem cura, mas deve ser tratada para impedir complicações. A menos que haja uma necessidade evidente para uso de medicamentos imediato, como no caso de pacientes com níveis de pressão arterial acima de 180/110 mmHg, a maioria dos pacientes deve ter a oportunidade de reduzir sua pressão arterial através de tratamento não farmacológico, por meio de medidas gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de vida

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Quando as terminações nervosas detectam uma queda na temperatura, além da sensação subjetiva de frio e arrepios, surge uma vasoconstrição (diminuição do calibre) dos vasos sanguíneos principalmente da pele. Por isso a pele fica fria. Essa é a resposta inicial do corpo, no sentido de diminuir a perda de calor, mantendo a temperatura corporal interna. Quando essa vasoconstrição não é eficiente para evitar a queda da temperatura, surgem os tremores. Os tremores são contrações involuntárias dos músculos esqueléticos, contração essa que gera calor. Se a exposição ao frio ambiental é prolongada, os tremores diminuem ou cessam, surgem alterações mentais e diminue a performance motora. Progressivamente há um colapso do mecanismo termorregulador, inclusive com vasodilatação na pele e conseqüente perda de calor para o exterior. Assim, fecha-se um ciclo vicioso e a pessoa começa a diminuir seu nível de consciência (fica prostrado, sonolento, torporoso), as funções vitais se alteram (principalmente freqüência cardíaca, respiratória e pressão arterial), até a morte. No decorrer desses eventos, podem surgir lesões pelo frio, principalmente nas extremidades (mãos, pés, nariz, orelha e lábios), das quais a mais grave é o congelamento.
    Comentário do grupo: Barreiras da Atividade Física

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  5. Hipertensão é uma doença que acomete homens e mulheres de todas as classes sociais e condições financeiras . A pressão arterial pode sofrer influencias de temperatura pois quando sentimos frio, ocorre a liberação de uma substância, um tipo de catecolamina, que contrai os vasos sanguíneos, em especial as artérias. Esse é um mecanismo que diminui a dissipação do calor, muito importante para enfrentarmos o frio. Por outro lado, ele provoca a diminuição do calibre arterial, que aumenta a resistência contra a qual o coração necessita bombear para movimentar o sangue, além de dificultar a própria circulação nas diversas partes do organismo, já que o fluxo de sangue acontece num vaso com menor calibre. Essa situação provoca uma sobrecarga para o coração e um risco para o cérebro.
    Além disso,durante os dias frios podem ocorrer alterações no perfil metabólico. O aumento dos níveis de colesterol, causada pelo consumo de alimentos mais gordurosos, é uma delas. Logo colesterol em excesso pode formar placas de gordura que, com o tempo, podem comprometer e obstruir o fluxo sanguíneo nas artérias do coração e do cérebro resultando, respectivamente, no ataque cardíaco e no acidente vascular cerebral.
    Um erro comum no diagnóstico da hipertensão é achar que o paciente pode ser rotulado como hipertenso baseado apenas em uma aferição isolada da pressão arterial. Um paciente hipertenso pode ter momentos do dia em que a pressão esteja dentro ou próximo da faixa de normalidade, assim como uma pessoa sem hipertensão pode apresentar elevações pontuais de pressão arterial, devido a fatores como estresse e esforço físico.Desse modo, não se faz diagnóstico, nem se descarta hipertensão, baseado em apenas uma única medida.
    Comentario do grupo: Câncer e exercício físico

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